sábado, 23 de abril de 2011

Há algum tipo de preconceito com relação à cultura do Marabaixo? Como ocorre essa relação sociedade e cultura popular?




RETIRADO DO TCC: A CULTURA AMAZÔNICA, EM ESPECIAL A DO AMAPÁ E
A IMPORTÂNCIA DO MARABAIXO PARA O FOLCLORE LOCAL


AUTOR: CLAUDIONOR DOS SANTOS

Quando perguntou-se: há algum tipo de preconceito com relação ao Marabaixo trinta e cinco pessoas (70%) responderam que existe o preconceito com relação ao Marabaixo, pois a esta manifestação é confundida com a Macumba e não é vista como uma história que foi trazida pelos negros, sendo uma manifestação de puro lamento.
Mas, treze pessoas (26%), foram de encontro com a posição das pessoas citadas acima, e responderam que não existe o preconceito com relação à cultura do Amapá. Atualmente com a divulgação, a sociedade vai até aos encontros dos eventos e prestigia dançando, cantando, indo às missas e ladainhas. O único problema que deveria de ser mais divulgada a origem da cultura negra, principalmente para os estudantes e aos jovens, pois o povo só participa quando ocorre os festejo nos meses de maio e junho, mas sua participação e de muita harmonia, tranqüilidade, alegria, respeito pelo nosso folclore.
No ponto de vista de duas pessoas entrevistadas (4%) estas afirmaram que já houve preconceito, porém nos momentos atuais não está havendo mais devido às realizações de projetos desenvolvidos dentro da sociedade. Nas programações a presença do povo está crescendo, com exceção de algumas pessoas que chegam de outros estados, as quais confundem o Marabaixo como Candomblé, Batuque ou Macumba.
Para Fernando Canto, muitas foram as limitações enfrentadas, com relação ao Marabaixo, dado o mínimo de informações sobre o assunto, porém antigas anotações e arquivos pessoais proporcionaram um levantamento evolutivo das relações entre a Igreja e o folclore macapaense, para que, na análise, pudessem ser mais bem compreendidas, a igreja promovendo a sua dominância e da resistência dos agentes populares em preservar suas tradições para que as mesmas não se extinguissem.
Assim sendo, compreende-se que o Marabaixo já sofreu de forma mais intensa o preconceito, principalmente por desconhecimento dessa cultura pela sociedade, mas que hoje esse preconceito, embora ainda exista, já diminuiu, uma vez que essa cultura está sendo divulgada com o apoio do governo e do grupo popular que procura preservá-lo. Uma cultura precisa ser conhecida para ser respeitada, valorizada e preservada pela sociedade.
O Marabaixo é de fundamental importância para a cultura local, pois faz parte do sincretismo religioso do povo é uma tradição Afro-descendente. Entretanto, percebe-se na pesquisa de campo que há um grupo de pessoas do bairro do Laguinho que concentra o conhecimento sobre essa cultura e que procura com o apoio do governo divulgá-la e preservá-la, mas há muito que se trabalhar para que essa cultura tenha um envolvimento maior da sociedade e do povo amapaense para que não seja discriminada, mas sim aceita como parte da origem e história deste povo.
Além das entrevistas realizadas fez-se também visitas a eventos do ciclo do Marabaixo, acontecidos nos mês de maio e junho, nos encontros dos tambores, no mês de novembro de 2007, no Centro de Cultura Negra do Amapá, e no primeiro festival do Marabaixo, ocorridos no ano de 2007, no Ginásio Aventino Ramos, pôde-se perceber a pouca freqüência da sociedade, num evento de extrema importância para cultura local. Percebe-se que ainda existe o preconceito com relação a este folclore pela sociedade. A mudança de pensamento com relação ao Marabaixo pode ocorrer através de uma política pública, para a valorização e divulgação da cultura local.

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