sexta-feira, 16 de abril de 2010

QUADRA ATUAL DO MARABAIXO





















FONTE: Arquivo Associação Cultural Raimundo Ladislau

RETIRADO DO TCC: A CULTURA AMAZÔNICA, EM ESPECIAL A DO AMAPÁ E
A IMPORTÂNCIA DO MARABAIXO PARA O FOLCLORE LOCAL

Autoria: Claudionor dos Santos

Em Macapá o marabaixo é praticado por negros e mestiços em dois bairros (Santa Rita, antigo da Favela, e Laguinho). No bairro de Santa Rita a festa é toda dedicada à Santíssima Trindade, “Trindade dos Inocentes” assim chamada em função do almoço que os festejos oferecem para doze crianças com idade de até doze anos ao meio-dia do Domingo da Santíssima (CANTO, 1998, p. 37).
Hoje, esse ritual vem sendo desenvolvido por quantidade maior de criança de qualquer idade, pela função do tempo e da modernidade das mudanças sociais vem resistido ao processo urbano. A valorização, como decorrência natural do conhecimento, tem sido uma busca incessante das manifestações folclóricas do Estado, procurando fornecer elementos capazes de produzir esses conhecimentos, mais sempre buscando a preservação e a valorização de forma expressa de sua identidade.
No bairro do Laguinho a quadra é diferente porque a homenagem é feita ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade e não ocorre o “Almoço dos Inocentes”.
Canto (1998, p. 37-38), nos apresenta as seguintes datas da quadra do Marabaixo:
DOMINGO DA PÁSCOA: (ou da Aleluia), Os participantes assistem a missa na igreja de São Benedito pela manhã e o marabaixo é dançado do meio-dia até à noite. CORTAÇÃO DO MASTRO: Cinco semanas após o Domingo da Páscoa é feita a “Cortação do Mastro”, no sábado, nos arredores da cidade. Os mesmos são deixados próximos à casa do festeiro com preparação para o dia seguinte.
DOMINGO DO MASTRO: Os participantes deslocam-se até o lugar onde estão os mastros, dançando, cantando e soltando pistolas e foguetes (fogos de artifício) elas ruas, com bandeiras do Divino (Vermelha) e da Santíssima Trindade (branca). Em seguida apanham os mastros e os levam para casa do festeiro, onde serão guardados.
QUARTA FEIRA DE MURTA: Na primeira quarta-feira após o Domingo do Mastro os participantes vão “quebrar a murta” nas cercanias da cidade (próximo ao aeroporto), dançando, cantando (sempre acompanhados de toques de tambores/caixas) e soltando fogos pelas ruas, levando a bandeira do Espírito Santo e voltam pelo mesmo itinerário, guardam a murta para enfeitar o mastro no dia seguinte.
QUINTA-FEIRA DA HORA: Pela manhã cavam buracos e enfeitam apenas o mastro do Divino com galhos da murta, amarrando-os em toda a sua extensão e na extremidade da bandeira. Cada mastro mede, aproximadamente, cinco metros de altura. Executam a “Levantação do Mastro” e dançam o marabaixo até à tarde. A partir dessa data, durante dezoito dias, são rezadas as novenas em homenagem ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade na casa do festeiro. São realizados em frente a um altar ornado de fitas, velas e seculares coroas de prata. À noite, depois da novena, ocorre a festa (baile) dançante para os participantes e convidados.
SÁBADO DO ESPIRITO SANTO: Neste dia (nove dias após a “Quinta-feira da hora”) é realizada outra festa dançante, à noite.
DOMINGO DO ESPERITO SANTO E MURTA DA TRINDADE: Pela manhã participam da missa na mesma igreja. À tarde saem às ruas para outra “quebra da murta”, tocando, cantando, dançando e soltando fogos, desta vez empunhando a bandeira da Santíssima Trindade. À noite rezam a última novena em louvor à Santíssima. SEGUNDA-FEIRA DO MASTRO: A partir das 6:00h enfeitam o mastro da Santíssima (com a murta e a bandeira) e o fincam ao lado do mastro do Divino. O marabaixo é dançado até às 12h e só reinicia no Domingo do Senhor (na semana seguinte). À noite ocorre outra festa dançante.
SÁBADO DA TRINDADE: Acontece a quarta festa dançante para participantes e convidados. DOMINGO DE TRINDADE: É dançado o marabaixo durante o dia. À noite as novenas recomeçam continuando até o Domingo do Senhor (o domingo seguinte).
DOMINGO DO SENHOR: Último dia da quadra do marabaixo. Os participantes dançam até às 18h, com um breve e alegre intervalo para “Derrubação do Mastro”. Em seguida recomeçam a dança, que se prolonga até a madrugada do outro dia.

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