terça-feira, 16 de março de 2010

A LOIRA

RETIRADO DO TCC:A CULTURA AMAZÔNICA, EM ESPECIAL A DO AMAPÁ E
A IMPORTÂNCIA DO MARABAIXO PARA O FOLCLORE LOCAL

Autoria: Claudionor dos Santos

Antigos comunitários de Macapá contam que aproximadamente há mais de 30 anos atrais a Rodovia JK era calma, sem luz elétrica, com matagal pelas beiradas da estrada, sem nenhum asfaltamento, quase sem fluxo de carros. Era preciso esperar horas para passa um veiculo; em acidentes quase não se falava; as bicicletas eram pouquíssimas e as pessoas andavam mais a pé.Certo dia uma moça loira, muito bonita transitava pela Rodovia JK quando foi atropelada por um motorista de carro, que sem piedade não prestou socorro, vindo à moça a falecer no local. Naquele tempo foi um choque muito grande para a população que não estava acostumada com esse tipo de episódio. Em pouco tempo começou surgir uma noticia de que aparecia uma moça loira, muito bonita na beira da estrada. Certo dia já à noitinha um motorista de táxi estava realizando o seu trabalho, pois havia ido até Santana, quando retornou para Macapá pela rodovia JK apareceu na beira da estrada uma loira fazendo sinal de parada, mas o motorista vinha com muita velocidade e não conseguiu para.
Mais adiante apareceu a mesma moça e o motorista despercebido parou. Ela pediu que ele a levasse até a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e que lhe esperasse. Passando meia hora, ela saiu da Igreja e pediu para ele rondar a cidade, quando passou na frente do cemitério São José, ela pediu ao motorista que parasse e entrou rápido ao cemitério saindo em seguida. Disse ao motorista que levasse até a sua casa; conversou com o mesmo dizendo que não tinha dinheiro para pagar a corrida, mas que no outro dia ele poderia ir receber. O motorista não ficou gostando, mas mesmo assim aceitou e no outro dia por volta de 10 horas, dirigiu-se para a casa da moça; bateu palmas e não e não demorou muito apareceu um senhor de aproximadamente 60 anos de idade que lhe atendeu. O motorista disse que tinha ido receber o dinheiro da corrida que fez com sua filha. O senhor respondeu: - Não tenho filha. O motorista contentou dizendo que ela abriu a porta e entrou na casa, dizendo que morava lá com seu pai. O pai respondeu profundamente e disse: - Meu senhor, eu não tenho filhos. O motorista insistiu e disse: - Como é que pode alguém entrar em sua casa e o senhor não saber de nada? Disse o motorista: - O senhor esta me trapaceando, escondendo a sua filha, que não quer não que pagar o meu dinheiro, vou dar parte a policia.
O pai da moça vendo que o motorista insistia disse: - Então entre aqui e veja! – Só mora aqui eu e minha esposa. O motorista entrou na sala, foi logo olhando para as paredes, viu a fotografia dela e disse: - Eu sabia que o senhor estava me enganado! – Olhe a fotografia dela, foi essa moça. O pai falou indignado com afirmação do motorista, até discutiram e disse: - Essa era a única minha filha, mas já faleceu, faz alguns anos. Ela foi atropelada por um motorista na rodovia JK. O motorista não acreditou e disse novamente que o pai estava acobertando as sujeiras da filha. Nesse momento o pai da moça disse: - Espere um pouco! E pegou uma pasta mostrando o atestado de óbito, foi aí que o motorista acreditou que a moça já havia falecido. O susto foi tão grande que o motorista não quis saber do dinheiro e foi embora, com um grande abalo psicológico. Ele contou às pessoas sobre o acontecido e a partir daí não mais gozou de saúde, ficou louco e veio falecer alguns meses depois.
Um outro motorista contou que tinha dado carona a uma loira na estrada e saiu com ela para o motel, quando se acordou estava dentro de um cemitério.
Essa é a historia da loira e até hoje os motorista receiam pegar passageiros em estradas sozinhos e principalmente no Dia dos Finados.
Dona Maria de 50 anos de idade, moradora da Ressaca do Pacoval, conta que tinha 20 anos quando falavam da loira. A mesma contou-me os relatos que ouvia.

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