sábado, 13 de junho de 2009

Empresa baixa tarifa para não pagar divida trabalhista

A empresa Cidade de Macapá corre o risco de perder o contrato de concessão para exploração do serviço de transporte de passageiros na capital. A medida deve ser tomada pela Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU) em função da atitude da vição em anunciar que vai deixar de aceitar a bilhetagem de meia-passagem e de usuários do cartão de vale-transporte, a partir de 1º de julho, além de ter afirmado que iria cobrar tarifa única de R$ 1, apenas para passageiros pagantes, enquanto o sistema de bilhetagem do transporte coletivo de Macapá não passasse para as mãos da EMTU.
Na última quarta-feira, 10, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá, Antônio José Mayhe Raunheiti, encaminhou documento ao presidente da EMTU, Aroldo Matos, pedindo providências quanto à conduta desastrosa da empresa.
No documento, o Setap afirma que a intenção da empresa é burlar o pagamento de ações trabalhistas na Justiça do Trabalho. O assessor de comunicação do Setap, Renivaldo Costa, confirma a informação e diz que a empresa Cidade de Macapá deve mais de R$ 1 milhão em dividas trabalhistas. Na semana passada, por conta destas dívidas, as contas do sindicato foram bloqueadas. “A situação é a seguinte: mensalmente, temos repassada parte do faturamento da empresa Cidade de Macapá e remetido à Justiça do Trabalho para pagamento das dívidas da empresa. O senhor Laurindo Júnior, então, como forma de burlar a justiça, veio com essa história da bilhetagem eletrônica para desviar as atenções e não pagar aquilo que deve”, esclarece o assessor
Renivaldo Costa também explica que o sistema de bilhetagem foi assumido pelas empresas por orientação da EMTU. “O investimento desse sistema foi todo custeado pelos empresários, com exceção de Laurindo Junior, que não aceitou contribuir. Estamos cientes que uma lei repassou essa atribuição à EMTU, mas até agora a empresa não adquiriu os equipamentos nem contratou o pessoal necessário à sua execução, o que não se faz em 20 dias, como quer a empresa Cidade de Macapá”, explica.
Ele também criticou a nota divulgada pela empresa, onde anuncia que a partir de 1º de julho, não aceitará cartões de vale-transporte nem carteiras de meia-passagem, apenas passageiros que paguem R$ 1. “E como ficam os trabalhadores que recebem vale-transporte de suas empresas. E os estudantes? Não seria o caso então de pedir ao Procon que intervenha, pois se a Cidade de Macapá vai cobrar tarifa de R$ 1, os estudantes então só pagam 50 centavos, que é a meia-passagem, garantida em lei”.
Laurindo Júnior além de ser descredenciado da EMTU e perder a concessão para transporte de passageiros pode perder parte do patrimônio, já que inúmeras das ações na justiça trabalhista em que foi condenado, pedem a penhora de bens.

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